quarta-feira, 6 de julho de 2011

Soneto a Neruda, por Vinicius de Moraes

Soneto a Neruda, por Vinicius de Moraes


Quantos caminhos não fizemos juntos

Neruda, meu irmão, meu companheiro...

Mas este encontro súbito, entre muitos

Não foi ele o mais belo e verdadeiro?

Canto maior, canto menor - dois cantos

Fazem-se agora ouvir sob o cruzeiro

E em seu recesso as cóleras e os prantos

Do homem chileno e do homem brasileiro

E o seu amor - o amor que hoje encontramos...

Por isso, ao se tocarem nossos ramos

Celebro-te ainda além, Canto Geral

Porque como eu, bicho pesado, voas

Mas mais alto e melhor do céu entoas

Teu furioso canto material!

Nenhum comentário:

Postar um comentário